05 março 2012

[Entrevista] - Laísa C. - Lagoena

Postado por Luisa Ortega às segunda-feira, março 05, 2012
Olá amores, 



Hoje quero mostrar uma super entrevista que fiz com a Laísa, autora do livro Lagoena.


Espia só como foi:

1) Oi Laísa, gostaria de agradecer por topar em ser entrevistada!

R: Eu quem agradeço a oportunidade de compartilhar um pouco mais sobre Lagoena com os seguidos e leitores do Bookaholic Fairy. E parabenizo a Luisa Ortega por abrir as portas do blog para divulgação dos novos autores nacionais. É visível o crescimento de nossa literatura contemporânea, principalmente a LitFan Nacional, a união dos blogs pode movimentar e criar uma nova geração de leitores que apreciam a literatura brasileira.

2) Lagoena, como você chegou à esse titulo para o seu livro?

R: O nome original do livro é Lagoena, A Terra Secreta – A Pequena Guardiã. Quando submeti o manuscrito para avaliação no site BookSérie, depois de aprovado pela equipe sugeriram que usasse somente LAGOENA para intitular a série, e os demais títulos para as duas temporadas. Acatei a ideia para ajudar na divulgação da obra.

O processo para a busca do título foi longo, demorei uns 2 ou 3 anos para resolver isso. Quando comecei a desenvolver a estória, cheguei a um ponto em que precisava encontrar um nome para “batizar” a terra ficcional que eu havia criado. Tentei vários nomes, inventei alguns e depois descobrir que já existiam, então sai à procura de um nome que o significado fosse óbvio. Optei pela mãe de nossa língua portuguesa, o latim, pesquisei em vários dicionários na internet algo que fosse sinônimo da palavra terra. Achei palavras muitos próximas, fiz uma pequena lista delas, incluindo a palavra “lagoena”, que por causa do prefixo “lago”, associa-se a “porção ou parte de algo”, “uma faixa de terra”, mas também podemos encontrar facilmente lagoena como “garrafa, vasilha, recipiente”, o que reafirma o sentido do prefixal da palavra, como sendo algo que não se abarca por inteiro, o continente garrafa, etc..” e a porção (parte), conteúdo... Os sentidos acabam se encontrando num só..

Pretendo explorar uma nova mitologia em cima da palavra LAGOENA, tenho uma estória para contar sobre ela, no primeiro livro apenas mesclo a introdução desse mito com a estória. No futuro, de tudo der certo, posso escrever um segundo volume de Lagoena, onde gostaria de poder explorar com mais criatividade a descoberta desse nome, que é o real sentido de toda saga.

Bom, não posso contar muito, se não perde a graça...rs

3) Me fale um pouco a características de Rheita, ela tem um pouquinho da Laísa?

R: Quando desenvolvi Rheita atribui a ela certas características que eu gostaria de ter, mas não tenho..rs. A menina de 10 anos, que nunca saiu de casa, apesar de todas as barreiras impostas pelo avô ranzinza, encontrou um meio de “driblar” a vida monótona que ele lhe impôs, vivendo uma aventura nunca imaginada.

Se eu fosse Rheita teria acabado me acostumando com aquela vida chata e me tornado uma velha ranzinza que nem avô...rs. Esse personagem tem a capacidade de me mostrar muito mais do que eu posso ser, e espero que seja assim ao leitor. Ela  repete o que muitas vezes conhecemos nos contos de fadas, o sonhador que saí de casa a procura de viver boas aventuras, esperando retornar um dia, com alguma estória para contar...


4) Rheita e Kiel são amigos certos? Essa amizade pode virar algo mais profundo? Um verdadeiro amor?

R: Rheita e Kiel se equilibram perfeitamente. A amizade dos dois se completa de forma sutil, sabendo que um precisa do outro para viver aquela aventura e possivelmente vencer o inimigo, os obstáculos impostos durante a trajetória da narrativa.

Bom, nunca imaginei que dessa amizade pudesse nascer outro sentimento, nesse primeiro livro não há espaço para eu explorar outra intenção entre os dois, porém como só veremos Rheita e Kiel nesse primeiro livro, deixo ao leitor cogitar o que teria acontecido no futuro de cada um...

5) O que levou você a escrever Lagoena?

R: Nunca quis escrever um livro, apesar de isso ser umas das metas de vida de muitas pessoas que gostariam de “brincar” de escritor antes de morrer.  Escrever nunca tinha sido minha meta ou sonho, nem imaginava que poderia fazê-lo.

Comecei a escrever num ato de experimentação e logo peguei gosto pela coisa, levei a escrita a sério, principalmente o gênero pelo qual escolhi enveredar que é o fantástico.

6) Quais as dificuldades que você encontrou durante o processo de escrita?

R: Muitas. Todas que um autor sempre encontra. Falta de estímulo, apoio;  ansiedade, despreparo. A maior dificuldade é caminhar sozinho por um terreno desconhecido, e escrever é isso, é como dirigir durante a noite por uma estrada deserta, a gente nunca sabe o que vai encontrar na frente. O ato de escrever não é simples, o autor precisa de orientação sobre o que está escrevendo, ele tem de colecionar argumentos palpáveis para quem um dia possa defender seu estilo e gênero literário.

Desenvolvi a trama de Lagoena durante 5 anos, nesse espaço de tempo aprendi muito sobre o gênero que escrevo, e percebi que não posso ser falsa ao falar de fantasia, eu, como autora, tenho de ser a primeira a acreditar nisso, para depois passar essa verdade ao leitor. Para quem escreve ficção fantástica, um das maiores dificuldades é alcançar a tal verossimilhança, mostrar ao leitor o máximo da realidade naquele conto, isso os grandes autores fazem com maestria.



7) Você acha que os autores nacionais são apoiados? Ou ainda existe algum tipo de "preconceito" à respeito?

R: Os nossos autores estão longe de encontrar o apoio ideal. Será que posso culpar alguém por isso? Responsabilizar um único segmento pelo desprezo pela literatura nacional? Essa falta de apoio é resultado de uma reação em cadeia. Editores, autores, e leitores. Somos todos culpados. Os editores preferem por questões comerciais apostar num autor estrangeiro (obra pronta) do que gastar (investir)  num autor nacional, que por sua vez (a grande maioria) apresenta um original medíocre, digno mais de pena que atenção, e ao pobre leitor bastar somente digerir o  que o mercado editorial oferece.

E preconceito está na cara, somos naturalmente preconceituosos, tudo que vem da nossa terra está fadado a voltar a ela (e que seja bem enterrada), mas é claro que não posso generalizar o caso. Muito além de editores farsantes, autores inocentes e leitores mal informados, num recanto distante existe a boa literatura, aquela pelo qual desejamos beber da fonte! Mas acaba não tendo tanto destaque por causa da sombra de descaso e desconfiança que lançam sobre ela. Quantos blogueiros já vi tratando a literatura estrangeira com doces e beijos, enquanto a nacional  mal cabe um aperto de mão (e olhe lá).

Fico ainda mais embasbacada quanto aos critérios da blogosfera em relação à avaliação de uma obra nacional, principalmente quando o autor é iniciante. A crítica na maioria das vezes amadora e pessoal dificulta divulgação de certas obras. O autor nacional tende a ser mais cobrado por qualidade que um estrangeiro, é triste ver os “gringos” sapateando felizes em nossas prateleiras, enquanto nossos hermanos argentinos têm mais amor a própria cultura.

Viva ao futebol?

8) Quais autores são a sua influência (nacionais e/ou internacionais)?

R: Não tenho nenhuma lista de autores em especial, estou sempre a procura de novas descobertas e aprendizado. Porém gosto muitos das obras de C.S.Lewis, esse autor tem forte influencia na minha evolução quanto autora de ficção fantástica, ele me ensinou interpretar a delicada passagem entre a realidade e fantasia. Estou sempre a procura de novos autores que possam me ajudar a aprimorar o universo ficcional de Lagoena. Gosto de escutar bons contos folclóricos e coisas bizarras do cotidiano que dariam uma boa estória.

9)Qual o último livro bom que leu e recomenda?

R: Gostei muito de ter lido A Garota dos Pés de Vidro, de Ali Shaw, o comprei em especial porque muitos leitores do skoob e blogueiros diziam que a leitura não tinha um objetivo definitivo, ou seja, a estória era sem pé e sem cabeça; e o livro, premiado, aqui no Brasil não estava convencendo.

O li por curiosidade e descobri a verdadeira maestria de Ali Shaw em escrever uma estória rica laços emocionais em se tratando da complexidade da vida humana, suas alegorias não passam de metáforas que trazem beleza e fantasia ao enredo. Emocionei-me no final do livro, muito bom. Este é o primeiro livro do autor, atualmente ele se dedica ao segundo título.

10) Conte para nós leitores o que podemos esperar de Lagoena e todo esse mundo magico?

R: Os leitores podem esperar muita aventura e uma boa dose de mistério, além de eventos surpreendentes. Lagoena traz uma nova fantasia para o cenário literário nacional, é difícil encaixá-la e compará-la. Somente o leitor terá a liberdade de fazer a alusão que bem entender.

Só digo uma coisa, depois que o leitor atravessar a porta e descobrir os enigmas da Terra Secreta, dificilmente voltará atrás, pois as respostas são abriram para ele num leque de opções, cabendo a ele qual caminho seguir...

Para quem acompanha Lagoena no BookSérie percebe que a cada episódio (capítulo) a aventura tende a crescer e ficar mais complexa, portando mais saborosa de se degustar.

Esperem, principalmente, se surpreender...


11) Já tem algum projeto em mente ou em andamento? Nos conte tudo e não esconda NADA rsrsrs

R: Tenho novos projetos, mas por quanto não posso adiantar nada sobre eles. Gostaria de poder escrever um segundo volume sobre Lagoena, mas isso só o futuro dirá.

12) Sabemos que Lagoena é um projeto virtual, você um dia pretende lançar ele? Ou sonha com um possível lançamento?

R: Antes de ser um projeto virtual, Lagoena foi concebida como um romance e possui estrutura para isso, meu objetivo principal é conseguir uma publicação comercial. Já tive propostas para isso e também uma boa posição de uma grande editora nacional. No momento estou priorizando a qualidade da obra, no final do mês de Abril irei para SP participar de um curso de ficção ministrado por um profissional de padrão internacional. Minha meta no momento é apresentar aos leitores uma obra de ficção fantástica profissional ao chegar às livrarias.

2° Etapa da Entrevista:
Rapidinha(Jogo Rápido) 
Responda o que vier na sua mente)

1) Lagoena?
   Surreal


2) Família?

Um mal necessário...rs


3) Rheita?

Ousadia

4) Leitores?
Confidentes

5) Escrever?
Fuga

6) Laísa obrigada pelo enorme carinho, dedicação e por se importar com o Bookaholic Fairy, apareça sempre viu... Obrigada por nos conceder essa  entrevista. Sucesso sempre querida amiga!!!!



Eu agradeço a todos pela atenção. Quem ainda não conhece Lagoena, é só acessar o site www.bookserie.com.br e confirir os episódios! A leitura é online e gratuita! Acompanhem essa aventura!


Espero que tenham gostado dessa entrevista =)

Quer conhecer Lagoena? Acesse os links abaixo:





Booktrailler do Livro Lagoena

Página da série no Facebook

2 comentários:

Mariana Ribeiro Barbosa disse...

Olá, Lu!!
Não conhecia a autora, na verdade estou bem por fora do universo das Fics, mas curti muito a entrevista com a autora, concordo com ela em vários pontos sobre as dificuldades dos autores nacionais em se firmar e vencer as barreiras impostas pelo mercado editorial.
Parabéns pela entrevista!
Bjos.

Mariana RibeiroConfissões Literárias.

LaisaC disse...

Olá Luisa,

Obrigada pela oportunidade de falar mais um pouquinho sobre Lagoena.
Que muitos blogueiros sigam seu exemplo de apoio a literatura nacional...

Postar um comentário

Olá! Seja muito Bem Vindo(a) ao Bookaholic Fairy

É uma honra ter você como seguidor do blog.

Deixe sua mensagem que ficaremos muito felizes.


Aviso: Comentários Anônimos estão proibidos.

 

Bookaholic fairy 2011 Desenvolvido por Ipietoon e totalmente modificado por Julia